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Carlos é meu amigo de faculdade no Brasil.
Tomas trabalha como consultor de recursos humanos e, uns 2 anos atrás, me ajudou em um projeto no trabalho. Nunca mais nos falamos, mas na semana passada nós trocamos e-mail (eu tinha convidado todo mundo na minha lista de contatos para visitar um website que eu estava lançando).
Carlos está visitando a California e ia me encontrar para jantar no Sábado, então na sexta-feira, entrou em uma loja para comprar um vinho.
– Olá. Eu preciso de ajuda para escolher uma garrafa de vinho.
– Pois não. Qual é a ocasião? Alguma preferência?
– Eu estou visitando a California e vou encontrar uma amigo amanhã. Tinto.
– Ah… deixa ver… Pinot Noir?
– É pode ser.
– Nova Zelândia? 2007.
– Feito.
Na hora de pagar, o vendedor perguntou.
– Aonde você mora?
– No Brasil, estou aqui a trabalho.
– Ah, interessante. Você é o segundo brasileiro com quem eu me comunico essa semana.
Conheço um brasileiro morando aqui, o Márcio.
Carlos levou um susto. Ele entra em uma loja para comprar uma garrafa de vinho em um país estranho e o vendedor sabe com quem ele vai jantar?
– Márcio? Eu estou comprando o vinho para um jantar com ele amanhã. Quem é te disse que eu conhecia ele?
Tomas levou um susto. Tinha achado a coincidência de falar com dois brasileiros na mesma semana interessante, mas não estava imaginando que as duas pessoas se conheciam.
– Quê? Você é amigo de faculdade dele?
Eles conferiram e era realmente o mesmo Márcio.
Tomas ainda é consultor de recursos humanos. Eu não tinha a menor idéia que ele fazia bico como vendedor em uma loja de vinhos.
Levei um susto, como é que duas pessoas que eu conheci em países, circunstâncias e épocas completamente distintas, sem nenhuma outra conexão, se encontram para escolher o vinho que eu vou tomar no Sábado a noite?
– Adivinha quem me vendeu essa garrafa de vinho?
– Quem?
– Tomas.
– Tomas? Que Tomas?
– O consultor de RH com quem você trabalhou 2 anos atrás.
Então, no sábado experimentei um Pinot Noir da Nova Zelândia, comprado pelo Carlos, meu amigo de faculdade do Brasil em 1988 e vendido pelo Tomas, um consultor com quem trabalhei na California em 2008.
Bebia. E enquanto bebia, pensava: acho que isso dá uma história em Yubliss. Só que ninguém vai acreditar.